Essas palavras eu não queria dar. Mexeriam em aspectos encravados demais. Também não lhe podia negá-las. Então, mexeu. Mas, acredite, eu sei o que é estar perdida. Sei perfeitamente o que é não encontrar refúgio, não poder pedir arrego. Conheço intimamente a sensação de não encontrar uma escolha que não machuque, um caminho que não leve consigo um mínimo de dor. Sei o que significa desejar ardentemente fazer a coisa certa e, ainda assim, sentir que tudo continua errado. Sei bem o que é encontrar paz em lugares improváveis, impossíveis e inadmissíveis. Segundos milagrosos que parecem curar da loucura entranhada nesses termos do sentir, aos que optamos quando definimos quem ou o que seremos em cada vida.
Eu queria poder dizer que tudo ficará bem, mas a verdade é que eu não sei se será assim tão simples, gostaria muito que sim, que fosse sempre justo, sempre válido, sempre real... Mas tudo pelo que vale a pena viver é sempre difícil. Eu não posso lhe dizer que porque tem tudo pra não ser, assim o será. Não, ponto. Eu quis tanto não acreditar sozinha nas minhas coisas sagradas. Mas era não, não e não. Do não eu já sabia, difícil era encontrar quem me falasse do sim. Desse só eu soube. Esse sempre foi exclusivamente meu. Mesmo agora quando muito daquilo com que eu me importava me foi tomado, eu ainda tenho o que sempre foi unicamente meu. Se eu guardei, se cuidei, se zelei ou não, só eu sei. E, mesmo agora, bebendo essa solidão voluntária, só eu sei das coisas que em mim habitam o espaço do íntimo.
De tudo que eu cogitaria mudar, não me arrependeria de ter sentido, vivido, chorado ou repetido nenhuma das coisas que estão no topo da lista do que não se faz. E já fui suficientemente testada nesse sentido. Esse é o meu destino, cujos passos, eu coreografei e venho ensaiando em meus sonhos desde que tenho lembrança.
Em tese, embora pareça que eu sei muito, a verdade é que, como a grande maioria, do que importa de verdade, eu só sei o que sinto.
E, hoje, eu sinto tudo demais.
Uma dica válida: Viva com o coração.
Se precisar de ajuda, é cortesia da casa!
=o*
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