Essas palavras eu não queria dar. Mexeriam em aspectos encravados demais. Também não lhe podia negá-las. Então, mexeu. Mas, acredite, eu sei o que é estar perdida. Sei perfeitamente o que é não encontrar refúgio, não poder pedir arrego. Conheço intimamente a sensação de não encontrar uma escolha que não machuque, um caminho que não leve consigo um mínimo de dor. Sei o que significa desejar ardentemente fazer a coisa certa e, ainda assim, sentir que tudo continua errado. Sei bem o que é encontrar paz em lugares improváveis, impossíveis e inadmissíveis. Segundos milagrosos que parecem curar da loucura entranhada nesses termos do sentir, aos que optamos quando definimos quem ou o que seremos em cada vida.
Eu queria poder dizer que tudo ficará bem, mas a verdade é que eu não sei se será assim tão simples, gostaria muito que sim, que fosse sempre justo, sempre válido, sempre real... Mas tudo pelo que vale a pena viver é sempre difícil. Eu não posso lhe dizer que porque tem tudo pra não ser, assim o será. Não, ponto. Eu quis tanto não acreditar sozinha nas minhas coisas sagradas. Mas era não, não e não. Do não eu já sabia, difícil era encontrar quem me falasse do sim. Desse só eu soube. Esse sempre foi exclusivamente meu. Mesmo agora quando muito daquilo com que eu me importava me foi tomado, eu ainda tenho o que sempre foi unicamente meu. Se eu guardei, se cuidei, se zelei ou não, só eu sei. E, mesmo agora, bebendo essa solidão voluntária, só eu sei das coisas que em mim habitam o espaço do íntimo.
De tudo que eu cogitaria mudar, não me arrependeria de ter sentido, vivido, chorado ou repetido nenhuma das coisas que estão no topo da lista do que não se faz. E já fui suficientemente testada nesse sentido. Esse é o meu destino, cujos passos, eu coreografei e venho ensaiando em meus sonhos desde que tenho lembrança.
Em tese, embora pareça que eu sei muito, a verdade é que, como a grande maioria, do que importa de verdade, eu só sei o que sinto.
E, hoje, eu sinto tudo demais.
Uma dica válida: Viva com o coração.
Se precisar de ajuda, é cortesia da casa!
=o*
segunda-feira, 19 de julho de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
a uma amiga, do assunto inacabado.
(Por uma vida menos medíocre...)
Essa coisa de aniversário, inferno astral e blá bla blá tem me feito pensar longamente sobre a minha vida. Certas inquietações despertaram de um coma induzido por mecanismos avançadíssimos de autodefesa. Nesses termos, deveria ser diifícil até saber o que não pensar, mas os pensamentos chegaram pra ficar e se instalaram por todos os lados. Já não dá pra fingir indiferença ou forjar distanciamento. A hora é de confrontar.
Não quero esperar que as boas coisas aconteçam apenas quando eu tiver melhor condição financeira, mais (matur)idade e/ou ainda mais reesponsabilidades (nunca menos) que não deixem tempo para pensar em tudo que não estou fazendo e que nunca fiz. Percebi que essa vida vindoura, o futuro, pertence à mesma vida que vivo agora. Que o que acontece ideologicamente lá, pode perfeitamente acontecer aqui, imediatamente, desde que eu me desprenda da idéia ilusória de que o que tenho de mais importante a fazer agora é pensar no depois. Quando eu estiver lá, mais perto do fim derradeiro dessa existência, nao vou poder "desplanejar" tudo e refazer planos que deram errado. O passado será algo inalterado. Aí então, pensarei, insatisfeita, no que estou fazendo hoje. As sementes certas a plantar são os sonhos que pretendemos realizar e fazemos isso sonhando, pregando sonhos, a forma menos densa das nossas vontades, mas a representação fiel de quem somos e do que queremos ser. Eu quero ser feliz. Quero ser amada. Quero amar. O que estou fazendo para que isso aconteça? O que tenho feito? Tem funcionado? Minhas sementes têm germinado? O quanto da felicidade e do amor que almejo eu tenho alcançado?
Todos os ontens e amanhãs desta vida são uma coisa só enquanto existência e o tempo é o agente de nossa condicional. Ser livres depende de como lidamos com ele.
Quase três décadas podem significar, no final das contas, três minutos ou três vidas de evolução.
Eu não pretendo perder mais nenhum segundo. E você?
(continua...)
Essa coisa de aniversário, inferno astral e blá bla blá tem me feito pensar longamente sobre a minha vida. Certas inquietações despertaram de um coma induzido por mecanismos avançadíssimos de autodefesa. Nesses termos, deveria ser diifícil até saber o que não pensar, mas os pensamentos chegaram pra ficar e se instalaram por todos os lados. Já não dá pra fingir indiferença ou forjar distanciamento. A hora é de confrontar.
Não quero esperar que as boas coisas aconteçam apenas quando eu tiver melhor condição financeira, mais (matur)idade e/ou ainda mais reesponsabilidades (nunca menos) que não deixem tempo para pensar em tudo que não estou fazendo e que nunca fiz. Percebi que essa vida vindoura, o futuro, pertence à mesma vida que vivo agora. Que o que acontece ideologicamente lá, pode perfeitamente acontecer aqui, imediatamente, desde que eu me desprenda da idéia ilusória de que o que tenho de mais importante a fazer agora é pensar no depois. Quando eu estiver lá, mais perto do fim derradeiro dessa existência, nao vou poder "desplanejar" tudo e refazer planos que deram errado. O passado será algo inalterado. Aí então, pensarei, insatisfeita, no que estou fazendo hoje. As sementes certas a plantar são os sonhos que pretendemos realizar e fazemos isso sonhando, pregando sonhos, a forma menos densa das nossas vontades, mas a representação fiel de quem somos e do que queremos ser. Eu quero ser feliz. Quero ser amada. Quero amar. O que estou fazendo para que isso aconteça? O que tenho feito? Tem funcionado? Minhas sementes têm germinado? O quanto da felicidade e do amor que almejo eu tenho alcançado?
Todos os ontens e amanhãs desta vida são uma coisa só enquanto existência e o tempo é o agente de nossa condicional. Ser livres depende de como lidamos com ele.
Quase três décadas podem significar, no final das contas, três minutos ou três vidas de evolução.
Eu não pretendo perder mais nenhum segundo. E você?
(continua...)
sexta-feira, 9 de julho de 2010
ação!
É preciso voltar a fita e rever certas cenas em câmera lenta.
Os detalhes escondem respostas às perguntas que jamais serão feitas.
A luz mudou, o filme acabou, a claquete sinalizou. Fim. A edição agora vai cuidar de mudar o que a estética vaidosa da memória deseja apagar. Pistas que levam aos erros que não podem ser reproduzidos. Detalhes... Zoom? Não dá pra ver. Segue editando. Corta. Corta. Enxuga. Imprime. Fim. Lacunas. Vasculha a lixeira. É preciso completar o tempo. Cento e vinte minutos com os créditos. Cuidado com a censura. Não encha linguiça. O que ficou pra trás de importante que não mudará o contexto? Vasculha o lixo. Lixo, lixo, lixo. Acha a cena. Diminui o brilho. Encaixa. Confere. É seguro. Assina a ficha. Lacra a cópia. Envia.
"a memória é um ilha de edição. câmara de ecos."
Os detalhes escondem respostas às perguntas que jamais serão feitas.
A luz mudou, o filme acabou, a claquete sinalizou. Fim. A edição agora vai cuidar de mudar o que a estética vaidosa da memória deseja apagar. Pistas que levam aos erros que não podem ser reproduzidos. Detalhes... Zoom? Não dá pra ver. Segue editando. Corta. Corta. Enxuga. Imprime. Fim. Lacunas. Vasculha a lixeira. É preciso completar o tempo. Cento e vinte minutos com os créditos. Cuidado com a censura. Não encha linguiça. O que ficou pra trás de importante que não mudará o contexto? Vasculha o lixo. Lixo, lixo, lixo. Acha a cena. Diminui o brilho. Encaixa. Confere. É seguro. Assina a ficha. Lacra a cópia. Envia.
"a memória é um ilha de edição. câmara de ecos."
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