sábado, 28 de agosto de 2010

Enfim, da verdade. Por fim.

Onde andarão as palavras que lhes devo? Devo pensar que me pertencem, estas que fogem de mim como raios na tempestade de verão? As minhas palavras pertecem a uma verdade que não é só minha. A verdade não é de ninguém, mas está ao alcance de todos. "A minha verdade". Isso ainda me perseguia. Não tenho mais verdade. Hoje prefiro ter a mim apenas. Não era habitual saber-me propriedade inalienável de mim mesma. Mas o que pode haver de mais inalienável do que o desejo, que nos dá os únicos itinerários que seguiremos à risca? Então, não é o desejo a grande verdade de cada um? Ou seria a grande mentira? O maior dos mentirosos adora se enganar. A patologia está em acreditar, vejam só! (Aquela outra adorava confiar...)

Acredito nessas palavras. Creio em mim com a veemência que dedico à arte, indecifrável código dos sensíveis. Acredito que vou saber me cuidar. Mas, o que será das palavras?

Ora, que vislumbre! Acabo de perceber que não estão fugindo, as danadas... Estão dançando! Ensaiando... Ah, dancem! Na hora do baile, todas estarão no salão. À disposição.